PORQUE É O PORTUGUÊS A NOVA LÍNGUA DE PODER E COMÉRCIO

Portugal é hoje e em todo o mundo, retratado como uma economia periclitante, mas não obstante esse facto, é um país reconhecido pelo que de melhor tem, fez e faz.

A revista Monocle e o Público apontam isso mesmo, salientando que embora em óbvio esforço, Portugal merece ser legitimado. “Está na hora do resto do mundo começar a aprender um pouco de português.” Assim remata Steve Bloomfield o editorial da edição de Outubro da revista “Monocle”, que destaca a “Geração Lusofonia” e faz uma viagem intercontinental pelos falantes de português.” Afinal somos 250 milhões de lusófonos no mundo inteiro. 

Além de visitas ao Brasil, a Angola e a Moçambique, há relatos de uma viagem a Lisboa e ao Porto, aos Açores e à Comporta, no estuário do rio Sado, passando por Coruche, onde a família Amorim continua a trabalhar na maior indústria corticeira do mundo. 

Álvaro Siza Vieira fala da arquitectura nacional e em tanta revista existe ainda espaço para vários “tops” da lusofonia – e Portugal (ainda) não está tão mal classificado.
No top das 20 pessoas ou entidades culturais da lusofonia que mais inspiram a “Monocle”, Portugal tem direito a oito. Logo o primeiro lugar é ocupado pelo colectivo de artistas Zigur, de Lamego, seguido, na quarta posição, pelo grupo Deolinda. 
O atelier de uma dupla de designers portugueses baseados em Macau, o Lines Lab, surge em sexto e, em sétimo, a RTP África, descrita como “a versão portuguesa da BBC”. 
O arquitecto português curador no MoMa, Pedro Gadanho, vem em nono. A música segue com João Barbosa, dos Buraka Som Sistema, em 12.º, e as duas últimas referências portuguesas, o colectivo de arquitectos Pitágoras e a jornalista do PÚBLICO Alexandra Lucas Coelho, ocupam os lugares 14.º e 15.º, respectivamente. 
"Sentimos que o mundo lusófono é muitas vezes ignorado pelos outros (...) e era altura de alguém reparar", disse à agência Lusa Steve Bloomfield. A Comunidade de Países de Língua Portuguesa (cuja sede, em Lisboa, é vista à lupa num dos artigos da revista) inclui, diz Bloomfield, "países que estão a crescer economicamente e onde estão a acontecer coisas fantásticas". Tudo apesar dos "problemas económicos sérios" que Portugal encara.”